segunda-feira, 15 de junho de 2009

Quer saber como foi o nosso trabalho com a prof Alessandra? Então assista!!!!
Nossos slides do trabalho!
Este é o nosso vídeo de LIBRAS!!!!!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Carlos D. de Andrade


“Brincar com as crianças não é perder tempo, é ganhá-lo, se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados, em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem.”
Carlos Drummond de Andrade

Um teste


Teste de Poder de Inclusão
Professor:
Você está preparado para trabalhar com a inclusão em sala de aula?


O teste de poder de inclusão foi criado pela Professora Maria Teresa Eglér Mantoan, publicado no livro Humor e Alegria na educação (Summus, 2006). O teste é simples mas, de acordo com Mantoan, pode ajudar a identificar o vírus da exclusão, latente nas escolas.
O teste, bem como seu gabarito, são apresentados a seguir:

Para esse breve exame, as regras são:

1. Colocar-se na condição dos professores(as) que aqui apresentaremos.
2. Escolher a alternativa que você adotaria em cada caso, mas sem pensar muito, respondendo com o que vem mais rápido à cabeça.
3. Descobrir e aprender mais sobre si mesma(o).

Responda às questões e confira.

1. A professora Sueli procura incluir um aluno com deficiência mental em sua turma de
1ª série. Tudo caminha bem em relação à socialização desse educando, mas diante dos demais colegas o atraso intelectual do aluno é bastante significativo.
Nesse caso, como você resolveria a situação?

(A) Encaminharia o aluno para o atendimento educacional especializado oferecido pela escola?
(B) Solicitaria a presença de um professor auxiliar ou itinerante para acompanhar o aluno em sala de aula?
(C) Esperaria um tempo para verificar se o aluno tem condições de se adaptar ao ritmo da classe ou precisaria de uma escola ou classe especial?

2. Júlia é uma professora de escola pública que há quatro anos leciona na 2ª série. Há um fato que a preocupa muito atualmente: o que fazer com alguns de seus alunos, que estão cursando pela terceira vez aquela série?
Para acabar com suas preocupações, qual seria a melhor opção?

(A) Encaminhá-los a uma sala de alunos repetentes, para ser mais bem atendidos e menos discriminados?
(B) Propor à direção da escola que esses alunos sejam distribuídos entre as outras turmas de 2ª série, formadas por alunos mais atrasados?
(C) Reunir-se com os professores e a diretora da escola e sugerir que esses alunos
se transfiram para turmas da mesma faixa etária e até mesmo para as classes de Educação de Jovens e Adultos (EJA), caso algum já esteja fora da idade própria do ensino fundamental?

3. Cecília é uma adolescente com deficiência mental associada a comprometimentos físicos; ela está freqüentando uma turma de 3ª série do ensino fundamental, na qual a maioria dos alunos é bem mais nova que ela. A professora percebeu que Cecília está desinteressada pela escola e muito apática. Qual a melhor saída, na sua opinião, para resolver esse caso?

(A) Chamar os pais de Cecília e relatar o que está acontecendo, sugerindo-lhes que procurem um psicólogo para resolver o seu problema?
(B) Avaliar a proposta de trabalho dessa série, em busca de novas alternativas
pedagógicas?
(C) Concluir que essa aluna precisa de outra turma, pois a sua condição física e problemas psicológicos prejudicam o andamento escolar dos demais colegas?

4. Numa 2ª série de ensino fundamental, em que há alunos com deficiência mental e outros com dificuldades de aprendizagem, relacionadas a outros motivos, o professor Paulo está ensinando operações aritméticas. Esses alunos não conseguem acompanhar o restante da turma na aprendizagem do conteúdo proposto. O que você faria, se estivesse no lugar do professor Paulo?

(A) Reuniria esse grupo de alunos e lhes proporia as atividades facilitadas do currículo adaptado de atemática?
(B) Distribuiria os alunos entre os grupos formados pelos demais colegas e trabalharia com todos, de acordo com suas possibilidade de aprendizagem?
(C) Aproveitaria o momento das atividades referentes a esse conteúdo para que esses alunos colocassem em dia outras matérias do currículo, com o apoio de colegas voluntários?

5. Fábio é um aluno com autismo que freqüenta uma turma de 3ª série. É o seu primeiro ano em uma escola comum e ele incomoda seus colegas, perambulando pela sala e interferindo no trabalho dos grupos.
Que decisões você tomaria para resolver a situação, caso fosse o (a) professor (a) desse grupo?

(A) Solicitaria à direção da escola que retirasse Fábio da sala, pois o seu comportamento está atrapalhando o desempenho dos demais alunos e o andamento do programa?
(B) Marcaria uma reunião com o coordenador da escola e solicitaria uma avaliação e o encaminhamento desse aluno para uma classe ou uma escola especial?
(C) Reuniria os alunos e proporia um trabalho conjunto com a turma em que todos se comprometeriam a manter um clima de relacionamento cooperativo de
aprendizagem na sala de aula?

6. Guilherme é uma criança que a escola chama de “hiperativa”. Ele gosta muito de folhear livros de histórias. Ocorre que freqüentemente rasga e/ou suja as páginas dos livros, ao manuseá-los sem o devido cuidado.
O que você lhe diria, caso fosse seu (sua) professor(a)?

(A) “Hoje você não irá ao recreio, porque rasgou e sujou mais um livro."
(B) “Vou ajudá-lo a consertar o livro, para que você e seus colegas possam ler esta linda história.”
(C) “Agora você vai ficar sentado nesta mesinha, pensando no que acabou de fazer.”

7. Norma é professora de uma 4ª série de ensino fundamental e acabou de receber um
aluno cego em sua turma. Ela não o conhece bem, ainda. No recreio, propõe à turma um jogo de queimada. É nesse momento que surge o problema: o que fazer com Paulo, o menino cego?

Arrisque uma “solução inclusiva” para esse caso.

(A) Oferecer-lhe outra atividade, enquanto os demais jogam queimada, fazendo-o entender o risco a que essa atividade o expõe e a responsabilidade da professora
pela segurança e integridade de todos os seus alunos.
(B) Perguntar ao Paulo de quais jogos e esportes ele tem participado e se ele conhece as regras da queimada.
(C) Reunir a turma para resolver a situação, ainda que na escola não exista uma bola de meia com guizos.

8. Maria José é professora de escola pública e está às voltas com um aluno de uma turma de 5ª série. Ele tem 12 anos, é muito agressivo e mal-educado, desbocado, desobediente e não se submete à autoridade dos professores nem à das demais pessoas da escola; sempre arruma uma briga com os colegas, dentro da sala de aula, ameaçando-os com um estilete. O que você faria no lugar dessa professora aterrorizada?

(A) Estabeleceria novas regras de convivência entre todos e, em seguida, analisaria com a turma os motivos que pode nos levar a agir com violência?
(B) Enfrentaria as brigas, retirando o aluno da sala de aula e entregando-o à direção da escola?
(C) Tentaria controlar essas situações, exigindo que o menino entregasse o estilete, para que os demais alunos se acalmassem?

9. Sérgio é um aluno surdo. Ele tem 13 anos de idade e freqüentou, até o momento, uma escola de surdos. Esse aluno está no seu primeiro dia de aula em uma escola comum. A professora, percebendo que Sérgio não fazia leitura labial, procurou a diretora da escola para questionar a admissão desse aluno em sua turma, uma vez que ele não sabe se comunicar em Libras (Língua Brasileira de Sinais). Se você fosse a professora de Sérgio, antes de tomar essa atitude:

(A) Chamaria os pais desse aluno e os convenceria de que a escola de surdos era mais apropriada para às necessidades dele?
(B) Procuraria saber quais as obrigações e direitos desse aluno e buscaria o recurso adequado à continuidade de seus estudos na escola comum?
(C) Providenciaria a presença de um intérprete de Libras, solicitando um convênio com uma entidade local especializada em pessoas com surdez?

Conte os pontos e confira o seu poder de inclusão, ou melhor, a sua imunidade ao vírus da exclusão:

1 a) 3 b) 2 c) 1
2 a) 1 b) 2 c) 3
3 a) 2 b) 3 c) 1
4 a) 1 b) 3 c) 2
5 a) 1 b) 2 c) 3
6 a) 1 b) 3 c) 2
7 a) 1 b) 2 c) 3
8 a) 3 b) 1 c) 2
9 a) 1 b) 3 c) 2

Resultado:

De 27 a 23 pontos

Imune à exclusão!
Você está apto(a) a enfrentar e vencer o vírus da exclusão, pois já entendeu o que significa uma escola que acolhe as diferenças, sem discriminações de qualquer tipo. Compreendeu também que a inclusão exige que os professores atualizem suas práticas pedagógicas para que possam oferecer um ensino de melhor qualidade para todos os alunos. Parabéns! Não se esqueça, porém, de que o atendimento educacional especializado deve ser assegurado a todos os alunos com deficiência, como uma garantia da inclusão.

De 22 pontos a 16 pontos

No limite.
Você precisa se cuidar! Atenção, pois você está vivendo uma situação de fragilidade em sua saúde educacional. Cuidado! É preciso que você tome uma decisão e invista na sua capacidade de se defender do vírus da exclusão. Quem fica indeciso entre enfrentar o novo, no caso, a inclusão de todas as crianças nas escolas comuns, e incluir apenas alguns, ou seja, os alunos que conseguem acompanhar a maioria, está vivendo um momento difícil e perigoso. Você está comprometendo a sua capacidade de ensinar e a possibilidade dos alunos de aprender com alegria!

De 15 a 9 pontos

Altamente contaminado.
Tome todas as providências para se curar dos males que o vírus da exclusão lhe causou. Há muitas maneiras de se cuidar, mas a que recomendamos é um tratamento de choque, porque o estrago é grande! Você precisa, urgentemente, se tratar, mudando de ares educacionais, tomando injeções de ânimo para adotar novas maneiras de atuar como professor(a). Outra medicação recomendada é uma alimentação sadia, muito estudo, troca de idéias, experimentações, ousadia para mudar o seu cardápio pedagógico.
Tente colocar em prática o que tem dado certo com outros que se livraram desse vírus tão voraz e readquira o seu poder de profissional competente. Boa recuperação!

fonte: www.angelabecker.com.br

A INCLUSÃO DE ALUNOS COM NEE's EM CLASSES REGULARES

O direito do aluno com necessidades educacionais especiais e de todos os cidadãos à educação é legítimo, amparado na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB-9394/96).

Ao garantir uma educação de qualidade para todos, deve-se levar em conta toda uma mudança nas estruturas escolares, tanto no que se refere à estrutura física, quanto ao de planejamento e ações educacionais que visam à promoção de um ensino efetivo a todos, derrubando velhos e ultrapassados preconceitos, e não somente aceitar o aluno portador de necessidades educativas especiais, mas sim valorizar, e muito, suas diferenças, fortalecendo a identidade pessoal de cada individuo, sua autonomia e o respeito pelo ato de aprender e construir. Devemos considerar que cada aluno em uma sala de aula apresenta características próprias, o que o torna único. Todas essas características individuais somam um conjunto de informações e valores, constituindo uma diversidade de interesses e ritmos de aprendizagem. O desafio da escola hoje é trabalhar com essas diversidades na tentativa de construir um novo conceito do processo ensino-aprendizagem, eliminando definitivamente o seu caráter segregacionista, de modo que sejam incluídos neste processo todos que dele, por direito, são sujeitos.

Na perspectiva dessa abordagem, não é difícil verificar como a escola pode contribuir para o sucesso ou o insucesso do aluno e, que através dela forma-se o tipo de ser humano desejável para uma determinada sociedade. Na questão da inclusão do aluno com necessidades educativas especiais na escola regular, devemos analisar todos os aspectos da instituição, seu currículo, seu planejamento, seu projeto político pedagógico, as práticas pedagógicas realizadas com os educandos, o sistema de avaliação, os espaços físicos e de recursos e tudo o mais que está envolvido no âmbito escolar.

Os instrumentos para se atingir os objetivos da inclusão do aluno com necessidades educativas especiais na escola são necessariamente o conhecimento das teorias educacionais e das propostas existentes neste sentido, e sua divulgação aos professores para que ocorra a sensibilização e a conscientização da comunidade escolar.

Para haver uma real inclusão do aluno com necessidades especiais em uma classe de ensino regular, é preciso ultrapassar as idéias e práticas tradicionais de ensino e também que coloquemos de lado todos os preconceitos acerca desses alunos com necessidades especiais, realizando sua plena integração em todos os espaços da sociedade, seja no emprego formal, seja nas relações sociais e nas oportunidades que damos para que desenvolvam todos os seus potenciais cognitivos, físicos, motor.

Entretanto, sabemos que na prática, no dia-a-dia, a inclusão de todos os alunos é algo bastante difícil e trabalhoso, onde envolvem-se uma série de fatores tais como: vontade política, princípios filosóficos e pedagógicos bem definidos, trabalho em equipe envolvendo todos os professores e pessoas que fazem parte da comunidade escolar, sendo que os professores devem estar investidos de muito desejo e cientes de seu poder e responsabilidade para com o aluno portador de necessidade educativa especial que chegar até a sua classe.

A educação escolar é extremamente importante para todas as crianças, inclusive aquelas portadores de necessidades educativas especiais, é ali onde elas irão aprender a ter sua autonomia e desenvolver-se integralmente nos aspectos cognitivos e motores, isto é, se a escola propiciar esse pleno desenvolvimento. Sendo assim, a escola é e será uma possibilidade de aprendizagem e enriquecimento cultural para todos nela envolvidos.

Não devemos pensar em inclusão apenas como sendo um ato de “colocar” uma criança com alguma necessidade educacional especial em uma sala de aula ou em uma escola regular. Inclusão é bem mais do que isso, inclusão, é revermos todos os nossos conceitos, pensar nossas questões morais, nossa maneira de lidar com o outro, de aceitar as diferenças como sendo parte integrante da raça humana, da diversidade entre as pessoas... Entender acima de tudo que todos são capazes de aprender, assim como diz Paulo Freire:

É na inconclusão do ser, que se sabe como tal, que se funda a educação como processo permanente. Mulheres e homens se tornaram educáveis na medida em que se reconheceram inacabados. Não foi a educação que fez mulheres e homens educáveis, mas a consciência de sua inconclusão é que gerou sua educabilidade. É também na inconclusão de que nos tornamos conscientes e que nos inserta no movimento permanente de procura que se alicerça a esperança. (2008 p.58).

Será que a inclusão realmente acontece, ou ela á apenas mais uma lei que está no papel e todos a acham bonita, mas poucos verdadeiramente a cumprem?

Infelizmente sabemos que no nosso país, a maioria dos professores está mal capacitada, não recebem nenhuma formação para atender essas crianças e jovens, o que gera muitas vezes um desespero tanto por parte dos educadores que não sabem como agir diante de tal circunstancia e acabam deixando de lado essas crianças portadoras de necessidades especiais, como também para os educandos que se sentem excluídos e tem seu potencial cognitivo e motor castrado sentindo que não pertencem a esse mundo, onde há uma sociedade preconceituosa e que se julga capaz de decidir o que é certo ou errado, o que é normal ou anormal, sendo que diante desse julgamento, diversas vezes acaba por não permitir que grandes talentos que fogem do padrão sejam revelados.

A nossa sociedade e o nosso sistema educacional sempre tomou por incapazes, aberrações, e até mesmo filhos do demônio as pessoas que apresentassem alguma característica que fugisse do padrão da normalidade, podendo condenar à morte quem não fosse “normal”, ou excluí-los totalmente do convívio com os outros indivíduos, o que nos leva a refletir sobre a nossa própria prática educacional que diversas vezes mostra-se preconceituosa dentro de nós mesmos, fruto de uma cultura que está enraizada e que considera impróprio algo que não esteja configurado nos padrões da maioria das pessoas.

Porém, devemos admitir que existem várias políticas públicas para a inclusão de crianças portadores de necessidades especiais no Brasil, e que as pessoas cada vez mais devem se conscientizar a respeito do preconceito, e descobrir coisas e oportunidades únicas, proporcionadas por quem é considerado “diferente”.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Fotógrafo britânico registra expressões de crianças jogando videogames violentos

Projeto pretende analisar reações de acordo com os perfis psicológicos.


Garoto joga videogame violento

Robbie Cooper


- Observando a fixação de crianças e adolescentes com telas de computador em internet cafés, o foto-jornalista britânico Robbie Cooper teve a idéia de documentar as suas expressões durante atividades como jogar videogames ou navegar pela internet.

Assim nasceu o projeto Immersion (Imersão, em inglês), no qual ele utilizou uma técnica criativa para capturar "olho no olho" a reação das crianças ao jogarem videogames com certa dose de violência, como Halo 3, Grand Theft Auto 4 e Call of Duty.

O projeto, em andamento, prevê registrar um grupo de 75 crianças jogadoras de games, selecionadas com base em seus perfis sócio-econômicos, para registrar, ao longo de 18 meses, suas reações não somente aos jogos eletrônicos violentos, mas também a notícias de TV, vídeos na internet ou a filmes que retratem situações de guerra.

O projeto inclui uma pesquisa acadêmica, no Centro de Mídia da Bournemouth University, na Grã-Bretanha, para analisar as reações de cada criança dos pontos de vista psicológico e sociológico, de acordo com o perfil de cada um.

Impacto

Em entrevista ao jornal britânico The Sunday Telegraph, Cooper, de 39 anos, disse não ter uma opinião formada sobre o impacto que os videogames podem ter sobre as crianças, e que seu projeto não parte de nenhuma idéia pré-concebida sobre essa relação.

"É possível que haja uma ligação entre os jogos violentos e agressão social, intimidação ou exclusão, mas é difícil dizer se os jogos violentos são um fator importante nisso", diz Cooper.

"Eu acho que muito do que se disse até hoje sobre o efeito da violência da mídia sobre as crianças não leva em consideração a formação psicológica de cada um e o quanto cada um dos diferentes tipos de violência da mídia tem sobre cada criança específica", afirma.

Para captar as imagens do projeto, Cooper se baseou em uma técnica desenvolvida pelo documentarista americano Errol Morris, chamada "Interrotron", na qual ele instalava uma tela translúcida em frente à câmera apontada para o entrevistado.

De uma outra sala, Morris conduzia a entrevista e sua imagem era projetada pela tela em frente à câmera, fazendo com que o entrevistado, ao olhar para a imagem projetada do entrevistador, estivesse também com o olhar centrado na câmera.

Ao adaptar esse formato, Cooper instalou as telas com imagens dos games em frente às câmeras que capturam a expressões das crianças.

Cooper espera ter coletado imagens de um número grande de crianças até meados do ano que vem, suficiente para a realização de uma mostra com os vídeos e as fotos do projeto. BBC Brasil.

fonte: www.estadao.com.br

Viram só, as crianças tendem a imitar os comportamentos, nestes casos, o comportamento violento! Vamos nos antenar sobre o que nossas crianças estão assistindo, jogando ou fazendo!













terça-feira, 9 de junho de 2009

Filmes

Alguns filmes que tratam sobre este asunto (Distúrbio de Comportamento) e que podem ser assistidos.

No youtube há traillers. Assistam e decidam se vale a pena. Na nossa opinião, vale, e muito!

http://www.youtube.com/watch?v=ORK6TUndEs4 Filme A Voz do Coração.

http://www.youtube.com/watch?v=lplPe4P1NuM O Clube do Imperador.

http://www.youtube.com/watch?v=WQmiYk4hHZU Meu Mestre, Minha Vida.

http://www.youtube.com/watch?v=XUkBlGBNYUU Ao Mestre com carinho.

http://www.youtube.com/watch?v=Fg9dmU4U91E Kids (este filme contém um conteúdo bem forte)

http://www.youtube.com/watch?v=VztT8y9h1Cc Os incompreendidos.

Zero em Comportamento (este nós não achamos link no youtube).

São filmes com uma história que não tem como não ser refletida. Nós aconselhamos a pegarem na locadora e assistir!


Expulsar aluno é desistir de buscar solução

(novaescola@atleitor.com.br)

A expulsão demonstra que a escola desistiu de buscar uma solução para o comportamento inadequado e reincidente do estudante e que prefere delegar o problema para outra instituição. Afi nal de contas, ele terá de procurar outra escola. Se alguém incorre em desvios de conduta com frequência, está claro que precisa de ajuda: expulsar é uma atitude extrema, que só deve ser efetuada depois de esgotadas todas as alternativas. Ou seja, primeiro os educadores devem aplicar medidas que visem educar e corrigir, inclusive com punições, como advertências e afastamento das aulas por um determinado período. Agressões físicas entre alunos, por exemplo, motivam muitas expulsões. Antes de a decisão ser tomada, os envolvidos devem ser chamados para uma conversa com a direção da escola, com a presença dos pais, para que exponham seus pontos de vista, conversem e se desculpem. Se estudarem na mesma turma, um deles poderá ser transferido para outra sala – algo bem menos traumático que a transferência para outra escola – e os professores devem ser instruídos para monitorar o comportamento de ambos com atenção. A expulsão pode ser evitada também com ações preventivas. É na hora do intervalo que as infrações e os desentendimentos ocorrem? Organize jogos esportivos ou outra atividade. Se nada disso der resultado, resta ainda a opção de recorrer ao Conselho Tutelar – que, por sua vez, tem como requisitar a ajuda do serviço social.

Consultoria Luciene Tognetta, educadora e doutora em Psicologia Escolar, e Rosangela Aparecida Gonçalves, diretora da EE Romeu de Moraes, em São Paulo, SP.

Não somos médicos para darmos diagnóstico

DISTÚRBIO DE COMPORTAMENTO...

Que coisa... Tudo vai depender de nós, futuros e futuras educadoras em conseguir fazer com que nossas crianças e jovens sigam por um caminho reto, longe das coisas que por um motivo ou outro prejudicarão a si mesmos ou a outros, para poderem conviver em um mundo harmônico...

Devemos ter um olhar mais do que sensível para podermos identificar estes nossos alunos com este problema, que conforme tudo o que pesquisamos sobre o assunto, inicia lá na família...

Há muitas coisas que podemos fazer, mas sempre lembrando, NÃO SOMOS MÉDICOS para darmos o diagnóstico, somos apenas educadores, e através disso devemos buscar ajuda para então lidar com essa dificuldade de aprendizagem.

Mais sites

www.pepsic.bvs-psi.org.br: aí, nós encontramos algumas coisas relativas ao uso de drogas por essas crianças.

www.psicologiavirtual.com.br: neste site, há além de artigos, cursos relacionados a diversas áreas. É bem interessante.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Reportagem da revista Época


09/04/2009 14:11
Quando os filhos ultrapassam os limites
Por que crianças e adolescentes que têm família estruturada e boas condições financeiras extrapolam os limites do mau comportamento – e o que fazer com eles
Francine Lima e Juliana Arini

Montagem sobre fotos Randy Faris/Corbis/Latin Stock e Shutterstock

Eduardo (alguns nomes nesta reportagem foram trocados para preservar a privacidade) faz 18 anos neste mês, mas ainda não terminou o 2º ano do ensino médio. Ele foi forçado a sair do colégio tradicional e caro em que estudou por 12 anos, em São Paulo, por causa de seu jeito rebelde e agressivo. “Acho que fui o pior aluno da história dessa escola”, diz, sem demonstrar arrependimento. Eduardo até sorri ao listar suas ousadias. Conta que distribuiu apelidos pejorativos e alguns sopapos por motivos fúteis, tumultuou aulas, discutiu com professores, humilhou colegas. “Uma vez, mijei na mala de um moleque.” Os porteiros da vizinhança também já foram alvos de sua malvadeza, na forma de palavrões e ovos. O que há com esse menino?

Depois da expulsão, pais de seus antigos colegas, num misto de raiva e alívio, telefonaram para a casa de Eduardo dizendo que ele tinha recebido o que merecia. Na versão do colégio, Eduardo não era o líder que imaginava ser. Era apenas um mau exemplo para os demais alunos. O regimento da instituição exige dedicação e disciplina. Além de desrespeitar professores e alunos, o garoto ia mal nas provas e se recusava a estudar. Já tinha repetido dois anos de curso e rumava para a terceira repetência. Então, numa reunião de conselheiros, a decisão foi tirá-lo de cena.

A versão de Marta, mãe de Eduardo, é um pouco diferente. “Ele é um bad boy, mas não é mau.” Ela vê o filho como um adolescente normal e queixa-se da decisão da escola. Diz que todo o dinheiro que investiu ali merecia uma atenção melhor. “Como ele pode não ter o perfil desse colégio se estudou lá a vida toda?” Marta sabe que o filho não faz o tipo estudioso. Queria que o colégio “de grife” mudasse isso. Talvez tenha posto muita ênfase na responsabilidade do colégio – e pouca na própria e na do menino.

O que chama a atenção em casos como o de Eduardo é a dificuldade em explicar sua conduta antissocial. Quando deparamos com notícias como a do menino de 12 anos detido em dezembro, em São Paulo, após ter roubado o nono carro em um ano, tendemos a concluir que ele é um fruto do ambiente em que vive: a pobreza, a falta de perspectivas, as más influências, a estrutura familiar precária. Essas explicações soam bem menos convincentes para entender Eduardo, um rapaz boa-pinta, que se expressa bem, tem uma família tradicional e recebe carinho, mesada, estudo.

Ele parece ter pouco a ganhar, e muito a perder, com seu desafio às regras. Assim como Thiago, um garoto de classe média alta que foi expulso de duas escolas após uma sequência de atos violentos contra colegas de turma (leia sua história). Assim como milhares de crianças e adolescentes indomáveis, no mundo todo, em lares que supostamente têm tudo para lhes fornecer uma boa educação (pai e mãe presentes, conforto material, uma boa escola).

Em seus vários matizes – da criança que grita com os pais aos jovens delinquentes –, a dificuldade de transmitir valores e hábitos saudáveis aos filhos se tornou onipresente. Vem daí o sucesso de programas de televisão como o Teen angels (Anjos adolescentes), criado em 2004 pela rede britânica BBC (levado ao ar no Brasil pelo Fantástico, da TV Globo), ou o americano Supernanny, da rede ABC, em sua quinta temporada (reproduzido no Brasil pelo SBT). A tônica desse tipo de programa é mostrar como se lida com um tipo de mau comportamento para o qual já não adiantam sermões, advertências e castigos. A necessidade crescente de orientação para pais também tem alimentado o mercado de livros de autoajuda com títulos que se propõem a dar receitas para educar os filhos.
Rogério Cassimiro
QUEM DEU AS COSTAS PRIMEIRO?
O “bad boy” Eduardo, no bairro onde mora, em São Paulo. A escola desistiu dele. A mãe diz que Eduardo é um adolescente normal. Ele afirma: “Fui me tornando bad boy aos poucos e não pretendo encerrar a carreira tão cedo”

Desde fevereiro, essa questão ocupa o horário nobre da televisão brasileira. Um dos personagens centrais da novela Caminho das Índias, de Glória Perez, na TV Globo, é Zeca, um jovem que já se envolveu em inúmeros conflitos com colegas e chegou a ser mandado para um juiz por sua agressividade. Na novela, a permissividade dos pais parece ser a grande causa do comportamento de Zeca (vivido pelo ator Duda Nagle). Bastou isso para que o blog de Glória Perez fosse invadido por uma briga entre pais e educadores – uns responsabilizando os outros pelos descaminhos do comportamento das crianças e adolescentes.

É provável que ambos tenham sua parcela de razão – e de culpa. O fenômeno dos meninos que fogem ao padrão de comportamento põe em xeque a forma como educamos as crianças hoje. A começar pelo papel dos pais e da escola, que anda meio confuso. Algumas décadas atrás, o modelo era claro: os pais falavam, os filhos ouviam; a escola ensinava, os alunos aprendiam. E a rebeldia era tratada com palmada. Hoje, a tônica é procurar o diálogo. Pode-se creditar essa mudança ao processo de democratização, que teria contaminado a dinâmica de poder na família. Ou à onda hippie, que influenciou tantos pais. Ou aos avanços da neurologia, pelas descobertas de que o aprendizado tem muito mais a ver com o prazer que com a disciplina. Ou à disseminação de conceitos da psicologia.
Novos estudos no campo genético sugerem que
a má-educação pode ser uma característica inata

Qualquer que seja a explicação, o fato é que raros pais, hoje, desejam assumir o papel ditatorial que era tão comum nos tempos de nossos avós. Nas escolas, seja por uma mudança cultural, seja pelas leis que protegem os direitos dos alunos, o processo é o mesmo. O problema é que, uma vez tomado o rumo do diálogo, não é mais só a vontade dos pais e professores que conta. E os filhos parecem nascer com uma capacidade de identificar pontos fracos para dobrar, driblar ou tripudiar sobre a autoridade.
Quantos alunos irrequietos há na classe de seu filho?
Segundo estudos nacionais, mais de 10% dos estudantes brasileiros apresentam alguma desordem psiquiátrica
5%
têm deficit de atenção e hiperatividade
2% a 3,5%
têm transtorno opositivo-desafiador
2% a 4%
têm transtornosde conduta

Para o professor de psicologia da USP Yves de La Taille, pais e filhos não se entendem porque vivemos uma crise de valores morais. “Os valores de hoje estão voltados para a competitividade, a fama, a beleza e a pressa.” Ele critica a família que apoia a valorização da competitividade em detrimento da ética e depois leva o filho ao psicólogo para consertar o estrago. “A única saída é educar moralmente, com base na generosidade, na justiça e no respeito.”

Além das falhas de educação, pesquisadores têm apontado outras explicações. Uma delas é a genética. Segundo o psiquiatra americano Jeffrey Burke, da Universidade de Pittsburgh, estudos recentes mostram que filhos de pais com algum transtorno comportamental têm mais chance de desenvolver o mesmo transtorno, independentemente do tipo de criação que recebam. Quer dizer: a tendência à má-educação pode ser uma característica inata.

Outro estudo citado por Burke, publicado no ano passado, mostra o mecanismo de construção do mau comportamento. Os pesquisadores observaram a relação entre as atitudes de crianças rebeldes e de seus pais. Quando as crianças desobedeciam, os pais costumavam reagir com fúria. Isso levava as crianças a ficar mais nervosas, desobedecer mais – e provocar respostas mais ríspidas. Trata-se de um ciclo vicioso. “Ao longo do tempo, a criança com problemas muda mais o comportamento dos pais que o oposto”, afirma Burke.
SAIBA MAIS

Outra explicação para o mau comportamento é médica. Na lista de possíveis causas da desobediência crônica estão o desequilíbrio hormonal, doenças associadas e uma infinidade de fatores de risco. Nos consultórios de psiquiatras, um dos diagnósticos mais comuns hoje é o transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Se uma criança é distraída e impulsiva, com baixo desempenho escolar, já é candidata ao diagnóstico. Segundo o IBGE, o TDAH afeta 5% da população brasileira. Segundo pesquisas internacionais, o transtorno aumenta em oito vezes o risco de o portador ser expulso da escola por indisciplina – e 40% dessas crianças abandonam os estudos. A origem do TDAH está em alterações na região frontal do cérebro, responsável pela inibição de comportamentos inadequados. Essas alterações reduzem a produção de dois neurotransmissores, a dopamina e a noradrelanima.

O deficit das duas substâncias químicas pode ser corrigido com medicamentos, mas muitas famílias resistem a tratar um filho com remédio de tarja preta. Foi o que aconteceu com um estudante americano de Maryland. Ele começou a nadar aos 7 anos, depois de ter sido diagnosticado com TDAH. Era muito agitado, não conseguia prestar atenção às aulas da escola e questionava tudo o que lhe diziam para fazer. A natação era uma forma de canalizar sua energia. Aos 11 anos, ele resolveu parar de tomar pílulas para controlar a hiperatividade – o medicamento era administrado na escola e o fazia sentir-se diferente dos outros. O menino acabou provando que era diferente mesmo: ganhou oito medalhas de ouro nas Olimpíadas de Pequim, no ano passado. Mas Michael Phelps não se livrou inteiramente do que sua mãe classificou como “decepcionante comportamento incomum”, num livro a ser lançado neste ano nos Estados Unidos. Ela se refere a sua prisão, em 2004, por dirigir embriagado e ao episódio em que foi filmado com um cigarro de maconha.

Segundo Iane Kestelman, psicóloga familiar e presidente da Associação Brasileira de Deficit de Atenção (ABDA), um portador do TDAH que não recebe tratamento na infância pode tornar-se um adulto mais propenso ao suicídio, ao abuso de drogas, a acidentes violentos com veículos e à gravidez precoce. “Se uma criança indisciplinada não recebe tratamento adequado e, pior, também é excluída do ensino, o caminho na vida adulta pode ser a marginalidade.”

Outra explicação médica para a desobediência crônica é o transtorno opositivo-desafiador (TOD). A criança com TOD é impulsiva, irritadiça, vingativa e rebelde. Quando faz algo de errado, tende a pôr a culpa nos outros. A causa é uma incógnita. A hipótese mais aceita é de uma predisposição genética. Alguns especialistas acreditam que o transtorno opositivo-desafiador, quando não tratado, pode evoluir na adolescência para um mais grave, chamado transtorno de conduta. É o nome oficial da delinquência.

Como saber se o mau comportamento é de fato um transtorno ou mera falta de educação? As fronteiras são pouco claras. Em alguns países, duvida-se até da existência do TOD. “Esse conceito é mais usado na Inglaterra e nos Estados Unidos. Na França, ele não é muito aceito”, diz o psiquiatra da infância Marcos Mercadante.

Os escassos estudos brasileiros na área de saúde mental infantil mostram que esses transtornos afetam algo entre 2% e 5% das crianças em idade escolar, em todas as classes sociais. O recém-criado Instituto Nacional da Psiquiatria do Desenvolvimento pretende conduzir uma série de estudos pelo Brasil a fim de detectar precocemente e tratar crianças que apresentem os sintomas e fatores de risco para os transtornos mentais mais comuns. O projeto tem uma verba de R$ 7 milhões do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico(CPNq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Renato Rocha Miranda
MAU EXEMPLO
Zeca (Duda Nagle, de camisa vermelha) e sua turma de encrenqueiros na novela Caminho das Índias. O personagem provocou troca de acusações entre pais e educadores

Nada disso exclui a responsabilidade das famílias e das escolas. Pais e professores devem prestar atenção às birras das crianças e dar um jeito de domá-las. Na falta de manuais, cada um encontra seus mecanismos de defesa por tentativa e erro. Muito erro. Quando a criança se recusa a obedecer, o mais comum é partir para os berros e palmadas. O resultado, em geral, é uma criança ainda mais desafiadora. “Os pais comumente viram reféns do filho, e ele vira um pequeno ditador”, afirma a psicanalista infantil Anne Lise Scapatticci. A inversão de papéis seria uma consequência do despreparo dos pais para impor sua autoridade. A criança tem necessidade de ser guiada por regras, senão fica perdida. “Muitos dos casais que trazem seus filhos para a terapia não têm intimidade entre si e não decidem juntos o que querem que a criança aprenda.”

O mesmo problema é observado pela psicopedagoga Luciana Maria Caetano, autora de O conceito de obediência na relação pais e filhos. “A cada hora, os pais agem de um jeito, conforme as situações que aparecem. Não há coerência nas atitudes.” O sonho de Luciana é abrir uma escola para ensinar os pais a educar os filhos. Ela ensinaria aos adultos a maneira correta de falar com as crianças para ser obedecidos, mesmo quando existisse um transtorno de origem genética. Em tese, as regras seriam transmitidas e repetidas pelos pais aos filhos, sempre com calma, sem gritaria, sem reações emocionadas, sem barganha. Parece fácil? Se você achou isso, é porque não tem filhos...
Timothy Clary
EM HIPERATIVIDADE
O nadador Michael Phelps, durante as Olimpíadas de Pequim. Diagnosticado com TDAH, ele começou a nadar aos 7 anos para controlar sua agitação

Uma consequência dessa visão moderna de que não se pode mudar o comportamento da criança se os pais não mudarem é a proposta de terapia familiar. Praticamente todos os especialistas ouvidos para esta reportagem afirmam que os resultados são melhores quando os pais também aceitam que têm de mudar. Antes de partir para essa solução, é importante descobrir se a criança está reagindo emocionalmente a uma situação passageira, como a perda de um ente querido, o nascimento de um irmão ou a separação dos pais.

Em qualquer terapia, é crucial levar em conta as escolhas da criança ou adolescente. Eles só assumem determinados comportamentos porque enxergam vantagens neles. Eduardo diz que ser “bad boy” lhe traz amigos, garotas, respeito. Diz que nas poucas vezes em que foi “bonzinho” se deu mal, principalmente na parte afetiva. “Acho que não nasci bad boy, só fui me tornando cada vez mais... E não pretendo abandonar a carreira tão cedo. Hahaha!” Um dos principais desafios é romper a sensação de recompensa do mau comportamento (seja a atenção recebida dos pais, seja o status, real ou imaginário, de líder, seja a sensação de que os investimentos psicológicos de longo prazo não valem a pena).

Algumas escolas têm adotado posturas criativas para lidar com crianças-problema. Uma estratégia são os comitês internos, assembleias de classe em que os alunos debatem as situações que os incomodam e refletem sobre as consequências de sua conduta. “Isso ajuda a reduzir o nível de tensão e mostra que a vida em sociedade precisa também de regras e deveres”, diz Lady Christina Sabadelly, coordenadora de ensino do Colégio Pueri Domus, de São Paulo. “Em 90% dos casos, conseguimos reintegrar até os alunos mais rebeldes.” Há punições estabelecidas pelo grupo. Por decisão da assembleia, uma aluna teve de pintar as paredes do banheiro para cobrir as ofensas que havia pichado contra uma colega. “Conversamos muito com a garota e a família, e o problema foi resolvido. Ela nunca mais teve nenhum tipo de conduta agressiva.”
Rogério Cassimiro
INTEGRAÇÃO
As educadoras Andreia e Elizabeth entre alunos hiperativos do colégio Winnicott (acima) e Thiago, no Nane. As duas escolas apostam em turmas reduzidas e orientação à família
Rogério Cassimiro

Em geral, as escolas colocam um limite para sua responsabilidade nessa educação moral. Lauro Spaggiari, diretor-pedagógico do quase centenário Colégio Dante Alighieri, de São Paulo, diz que alunos com problemas sérios de comportamento são raros, mas já teve de recusar a rematrícula de alguns. Isso pode ficar mais difícil no futuro próximo. O Ministério da Educação está para assinar uma portaria que orientará as escolas a incluir alunos com transtornos de aprendizagem, exatamente como fazem com os estudantes com deficiência visual ou auditiva. Com base nessa portaria, ficará mais fácil para as famílias contestar a expulsão de um filho.

Algumas escolas que se especializaram em receber alunos difíceis têm práticas que podem servir de exemplo. “Muitos de nossos alunos já passaram por mais de uma escola, foram expulsos ou classificados como incapazes de aprender”, diz Suely Palmieri Robusti, diretora do colégio Novo Ângulo Novo Esquema (Nane). Eles chegam com a autoestima abalada, estigmatizados por tantos anos como crianças problemáticas. Mas têm condições de se recuperar. “Todo mundo pode apreender, mesmo que demore um pouco mais.”

No Nane, os melhores professores são os considerados mais criativos, maleáveis e capazes de cativar o aluno. A relação com a família também muda. A estratégia da educadora é estabelecer um trato com os pais e o aluno: a criança só volta ao convívio coletivo depois de melhorar sua conduta. “Se eu disser que o aluno deve fazer lições em casa e a mãe, em vez de seguir minhas indicações, levar o menino ao shopping, ela estraga todo o processo.”

No colégio Winnicott, que tem uma proposta semelhante à do Nane, a reação dos educadores diante de um aluno descontrolado nunca é improvisada. “Quando vejo que o aluno chegou à escola de cara amarrada, já vou conversar com ele para saber o que aconteceu em casa antes de ele vir”, diz a orientadora educacional Andreia Balestrero. “Assim, já aviso a professora e todos ficamos alertas para o comportamento dele durante a aula.” Ouvir a família é a segunda parte do processo. Em alguns casos, o psicólogo e outros eventuais profissionais que cuidam do aluno também são chamados para a conversa. Várias conversas. Em reuniões frequentes, todos expõem suas dificuldades e buscam juntos uma estratégia. A diretora do Winnicott, Elizabeth Polity, que é também terapeuta familiar e autora de livros sobre problemas de aprendizagem, afirma que o sistema só funciona quando, em vez de um empurrar o problema para o outro, todos falam a mesma língua. “Se percebo que os pais estão perdidos, precisando de orientação, propomos que também entrem na terapia.”
Não adianta tratar somente a criança. Os resultados
são melhores quando a família toda entra na terapia

Essa integração fez a diferença na vida de Beto, aluno do Winnicott há sete anos. Ele chegou ali aos 12 anos, depois de mudar de escola seis vezes e ficar marcado como um aluno de “pavio curto”. Toda vez que acontecia alguma coisa chata, não suportava a frustração e quebrava tudo. Literalmente. Mesmo no Winnicott, quebrou uma janela ao lançar seu material contra o vidro num acesso de raiva. Seu pai, Arnaldo, fez até pós-graduação em pedagogia em busca de respostas. Com as reuniões no novo colégio, aprendeu que não podia conter os surtos de Beto com mais agressividade. “O castigo é uma forma forte de atenção. E o que as outras escolas mais faziam era castigar meu filho.” Hoje, Beto está com 19 anos. Já faz dois anos que não vai à terapia e sente-se bem em sua turma de alunos especiais. Já não acha que é diferente de todo mundo.

“Meu filho não é um marginal”

Como uma família conseguiu superar os problemas de indisciplina e domar o filho adolescente considerado incorrigível pelas escolas

Durante uma discussão de alunos da 7ª série, Thiago teve uma reação que chocou a todos na escola. Ele atravessou a mão do colega com um compasso, um instrumento de desenho usado em aulas de geometria. O episódio resultou na expulsão de Thiago. Queixas sobre seu mau comportamento e impulsividade já eram frequentes. Dois anos depois, o rapaz foi novamente “convidado a se retirar” de um colégio. Dessa vez, Thiago usou um estilete para ameaçar um estudante. As causas dessa violência têm explicações vagas. “Eu não ia com a cara deles”, diz o adolescente, de forma lacônica.

Thiago está na quarta escola. Aos 16 anos, coleciona centenas de advertências. “Eu tinha uma caixa de sapato cheia de bilhetes da coordenação que eu nunca entreguei.” Márcia, a mãe, se surpreende. “Como assim, escondeu?! Tinha mais?”

Os pais passaram quatro anos sem entender o comportamento do filho. A família apelava para broncas, castigos, até algumas surras. A repressão deixava Thiago mais agressivo. No auge dos conflitos, o pai o colocou para trabalhar em um lava a jato. “Eu queria mostrar que, se ele não estudasse, esse era o emprego que ia conseguir”, diz Pedro, o pai.

Thiago está fora do perfil de criança excluída que se envolve em brigas por problemas sociais. Ele mora em um condomínio luxuoso, os pais têm empregos bem remunerados e vivem um casamento estável. A família discute o problema do filho de forma aberta. Os pais o levaram a quatro psicólogos, na tentativa de entender por que Thiago agia daquela forma. Ao final dessa peregrinação, ele foi diagnosticado como portador do transtorno de deficit de atenção (TDAH), uma alteração no cérebro que influencia na capacidade de prestar atenção, ter memória, autocontrole, organização e planejamento. Estudos sugerem que cerca de 40% dos portadores de TDAH não terminam os estudos.

O diagnóstico não impediu a segunda expulsão. “A escola sabia que ele tinha TDAH e tomava medicação, mas mesmo assim continuaram a tratá-lo apenas como uma pessoa má”, diz a mãe. Além da expulsão, a direção do colégio fez uma denúncia ao Conselho Tutelar. Uma assistente social advertiu que Thiago poderia ir parar na Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor, a Febem (atual Fundação Casa). “Transformaram meu filho em um marginal”, diz Pedro. Os pais decidiram buscar um colégio especializado em problemas de aprendizado.

Hoje, Thiago não é mais protagonista de episódios violentos. Ele está concluindo o ensino médio e faz planos para o vestibular. “Quero estudar robótica, vou fazer um robô para trabalhar para a minha mãe”, diz, enquanto abraça Márcia. Em casa, as discussões sobre brigas e agressões acabaram. Os conflitos ainda existem, mas são sobre questões comuns, como o dever de casa e as horas na internet. Para a família, a transformação ocorreu por dois fatores: os anos de terapia e a descoberta de uma escola especializada em problemas de comportamento. “Antes, eu tinha vergonha de ir às reuniões de pais, pois meu filho era tido como um problema sem solução. Falam tanto de inclusão, mas pessoas como Thiago ainda são rotuladas como inadequadas e descartadas”, diz Márcia.

É só “arte” ou transtorno?

O mau comportamento tem diferentes graus. Verifique se a solução é uma bronca ou a intervenção de profissionais
Expectativa exagerada
ilustração: Nilson Cardoso O PROBLEMA
Regras rígidas e exigências acima da média podem gerar nos adultos a expectativa irrealista de que a criança ou o jovem se comportem impecavelmente

O QUE FAZER
Avalie se o que está sendo imposto condiz com as necessidades e os valores reais da sociedade
Problema transitório
ilustração: Nilson Cardoso O PROBLEMA
Agressividade e comportamento antissocial podem ser reações emocionais a uma situação estressante, como o nascimento de um irmão, a morte de um parente ou a separação dos pais

O QUE FAZER
Busque com a escola e com uma psicóloga a melhor maneira de ajudar a criança a lidar com os sentimentos decorrentes da nova situação e a recuperar a normalidade
Comportamento inadequado constante
ilustração: Nilson Cardoso

O PROBLEMA
Hostilidade, negativismo, atitude desafiadora e desobediência a normas claras, quando se tornam um padrão no comportamento da criança (por mais de seis meses), são sintomas de um quadro mais sério

O QUE FAZER
Procure orientação psicológica para toda a família. Aprender a lidar com uma criança problemática é fundamental para minimizar o problema. A ajuda de um psiquiatra pode se tornar necessária

Como adestrar seu filho

Os conselhos servem para qualquer situação, não só para crianças-problema. São fáceis de entender – mas infelizmente não tão simples de aplicar
ilustração: Nilson Cardoso Os pais erram quando...
1. Supervisionam parcamente o que os filhos fazem
2. São pouco claros ou incoerentes na hora de impor regras
3. Mãe e pai discordam sobre o que o filho pode ou não pode fazer
4. Repelem a criança
5. Não participam ativamente das atividades do filho
6. Dão mais atenção à criança quando ela se comporta mal ou dá chilique do que quando age positivamente
7. Caem na armadilha da birra da criança e discutem sobre o cumprimento das regras
8. Ficam bravos, gritam e batem no filho quando ele desobedece
9. Dão carinho junto com o sermão

ilustração: Nilson Cardoso ...e acertam quando
1. Falam com calma e consistência o que a criança deve fazer ou o que se espera dela
2. Deixam claro que a criança não vai conseguir desviá-los de seu foco na conversa
3. Convencem o filho de que as regras não vão mudar por causa do comportamento dele
4. Informam ao filho quais serão as consequências desse mau comportamento
5. Estipulam punições proporcionais aos atos desobedientes e relacionadas à regra descumprida

A explicação da medicina

Os problemas psiquiátricos mais comuns associados à indisciplina:
Revista Época
Transtorno do deficit de atenção e hiperatividade (TDAH)
(ou Distúrbio do Deficit de Atenção – DDA)
O TDAH é uma doença de origem genética, que pode vir ou não associada à hiperatividade. Pode aparecer antes dos 3 anos de idade. Deve-se investigar se a criança sofre disso quando ela se comporta por mais de seis meses assim:

* responde de forma precipitada antes de as perguntas serem concluídas
* fala em excesso
* distrai-se com estímulos externos, como conversas paralelas
* comete erros por descuido nos trabalhos da escola, mesmo sabendo as respostas certas
* distrai-se facilmente, mas fica superconcentrada quando o assunto lhe interessa, como televisão e videogames
* parece não ouvir quando alguém lhe fala diretamente
* perde objetos com frequência
* tem dificuldade em brincar de forma calma
* não consegue ficar sentada ou quieta
* corre de um lado para outro e sobe nos móveis, mesmo na casa dos outros



Revista Época
Transtorno opositivo-desafiador (TOD)
(ou transtorno desafiador de oposição)
Manifesta-se antes dos 6 anos de idade. Suspeita-se que, se não tratado, progrida para o transtorno de conduta na adolescência. Observe se a criança:

* perde a paciência toda hora
* vive discutindo com os adultos
* recusa-se a obedecer a regras e desafia os adultos
* perturba pessoas deliberadamente
* faz coisas erradas e põe a culpa nos outros
* sente raiva e se ressente constantemente
* age com rancor e é vingativa
* mantém esse comportamento por mais de seis meses
* sofre prejuízos sociais e acadêmicos com esse comportamento



Revista Época
Transtorno de conduta
É mais comum em meninos com mais de 12 anos. Eles violam regras sociais importantes para sua idade. Preocupe-se se pelo menos três dos comportamentos abaixo se repetirem por mais de um ano:

* provoca, ameaça ou intimida os outros com frequência
* mete-se em brigas corporais frequentes e já usou algum tipo de arma para machucar gravemente
* comete crueldade física com animais ou pessoas
* roubou, tendo contato direto com a vítima
* estuprou
* causou incêndio de propósito, para provocar grandes danos
* cometeu ato de vandalismo
* arrombou propriedade alheia
* mente com frequência para obter vantagens
* fica na rua até bem mais tarde que o autorizado pelos pais
* já fugiu de casa pelo menos duas vezes
* mata aulas na escola com frequência, e isso começou antes dos 13 anos
* tem claros prejuízos acadêmicos e sociais por causa disso

Alguns sites que podem ajudar


Através de nossas pesquisas descobrimos alguns sites quer podam fornecer algumas informações e ajuda quando algum distúrbio de comportamento venha surgir na sala de aula.

www.psiquiatriainfantil.com.br: Um site onde fala-se de alguns distúrbios da infância.

www.sebda.org: tudo bem que é em inglês, mas é só usar o google tradutor e pesquisar neste site.

www.partnershipforchildren.org.uk: Outro site em inglês, mas bem legal, ali dá para saber um pouco mais, assistir vídeos, ver fotos, comunicar-se com eles (ainda não tentamos, mas com certeza iremos). Tem até atividades para serem realizadas com as crianças... Amamos este site!

Bibliografia

Neste trabalho, utilizamos alguns livros e pesquisas em sites.
Aí está a relação:

DSM-IV-TR. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.

FARRELL, Michael. Dificuldades de relacionamento pessoal, social e emocional. Porto Alegre: Artmed, 2008.

GERQUELIN, J. e CARVALHO, M.C.N de. Escola e comportamento anti-social. Ciências & Cognição; Ano 04 Vol 11, 132-142. Disponível em www.cienciasecognicao.org acessado em 01/mai/2009 às 18:25 h.

KIRK, Samuel A., GALLAGHER, James J. Educação da criança excepcional. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

LA TAILLE, Yves de. Nossos alunos precisam de princípios, e não só de regras. In Revista Nova Escola ano XXIII, nº213, Junho/Julho2008, p. 26.

TANDEL, Yara. Distúrbios de Comportamento: Riscos e Desdobramentos na Escola. Disponível em acessado em 28/abr/2009 às 14:44 h.


Nossas atividades







Durante a prática de nosso plano de aula, tiramos algumas fotos que podem ser vistas aí no vídeo. E também não custa nada colocar algumas aqui também, né?

Nossa corda

Todo mundo quis saber como fizemos a nossa corda, sendo que isso fazia parte da aula (a construção do material pedagógico). Gente, é muito fácil: 1° a gente vai lá nos atacados da Voluntários e pede "pulseirinhas coloridas de silicone", ou então, as "pulseirinhas da Malhação". Pagamos cada pacotinho com 12 pulseirinhas 0,25 centavos. Aí, é só ir entrelaçando uma na outra. Ela fica pronta bem rapidinho...e vale a pena!!!

Nossa corda


PLANO DE AULA Educação e corporeidade

PLANO DE AULA

Educação e corporeidade

Alunas: Fernanda Ferrari

Regina Estigarribie

Assunto: Distúrbio de comportamento

Objetivo geral: Promover a interação social, bem como a existência de regras a serem cumpridas.

Objetivos específicos:

· Promover a cooperação;

· Valorizar a afetividade;

· Desenvolver a noção de espaço e freio inibitório;

· Identificar regras a serem cumpridas.

Método: global amplo.

Recursos: corda, bola, papéis com palavras que lembrem respeito, amizade, etc...

Organização programática do tempo de aula: 45 minutos.

Parte inicial: 10 minutos

Rodinha social

O peixe e a rede

Descrição da atividade: um participante pega os outros (peixes), num espaço delimitado. Quem for pego, dá a mão, formando uma rede. Termina o jogo quando todos se transformaram em rede.

Parte principal: 25 minutos

Atividade cooperativa com corda

Descrição da atividade: uma corda é colocada a certa altura, em duplas e de mãos dadas, os alunos deverão executar as tarefas determinadas. Exemplo: passar por baixo da corda, pular com as pernas unidas. Conforme as tarefas são executadas, aumenta-se a altura da corda. A dupla que não conseguir realizar a tarefa é desclassificada do jogo.

Abelha e o cavalo

Descrição da atividade: três participante formarão o cavalo e um outro colega será a abelha. A abelha deve pegar o rabo do cavalo. O participante da frente (cabeça do cavalo) deve abrir os braços para impedir a abelha. Mudar os participantes de posição para que todos passem por todas as situações.

Essa palavra lembra...:

Descrição da atividade: uma bola é passada a cada participante. O primeiro que pegar a bola deve retirar uma palavra e dizer uma outra que esteja associada com esta e passar a bola a outro participante, até que todos digam uma palavra relacionada a que foi dita anteriormente.

Parte final: 10 minutos.

Atividade de volta a calma: Quem senta ao meu lado.

Descrição da atividade: participantes sentados em círculo. Um, que terá um espaço vago ao seu lado, começa a brincadeira dizendo: - o espaço ao meu lado está vago! O grupo: - quem você quer que sente aí? - A (o) ......(nome)...... O participante cujo nome é citado desloca-se e vai sentar ao lado daquele q começou, enquanto que o participante que ficou sem companhia continua o jogo.

PLANO DE AULA

Que legal foi poder fazer um plano de aula sobre o nosso assunto com a prof Alessandra!

A prática então, foi maravilhosa. Não deve ter ninguém que não tenha gostado.

No nosso, procuramos colocar atividades que possibilitem a socialização, a afetividade, o cumprimento de regras, visando o distúrbio tema do nosso trabalho. No início não sabíamos o que fazer, estávamos um pouco confusa, mas daí achamos o "fio da meada" e o resultado foi visto no dia da nossa apresentação (28/maio/2009). É muitas vezes através das atividades esportivas ou desportivas que muitas crianças e jovens encontram o diferencial em suas vidas, e ao invés dos desvios de condutas, encontram a paz e um novo rumo que irá direcionar suas futuras escolhas.

Confeccionamos nosso material (uma corda, a bolinha e o saquinho com as palavras para a atividade "essas palavra lembra...")e colocamos em prática.

Nosso desejo é de que todos tenham entendido o nosso propósito. O vídeo pode ser assistido aí do lado.

domingo, 7 de junho de 2009

LIBRAS

E nossas aulas de LIBRAS...

Que legal foi aprender e conseguir entender um pouco deste mundo em uma perspectiva diferente, através da língua de sinais. O professor André foi a palavra chave deste nosso aprendizado. Quanta risada...

Que encantador e divertido foi aprender!!! Ah se todos os professores fossem assim...

Com as aulas de LIBRAS nos sentimos um pouco mais preparadas para podermos lidar com a diversidade e com a inclusão na sala de aula. Porém, ainda temos muito o que aprender... MAS, a vida está aí para isso, não é verdade? e cabe a nós sermos educadoras comprometidas com a causa da inclusão.

Dá só uma olhada no nosso vídeo aí do lado.

Com certeza não ficou dos melhores, mas dá para entender alguma coisa, né?

Como somos umas "fuçadeiras" do youtube, até descobrimos a oração do Pai Nosso em LIBRAS.
Olha que legal...

terça-feira, 2 de junho de 2009

ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS


Este aluno “problema” muitas vezes vai ser posto em pauta até ser deixado de lado literalmente. Será “esquecido” no caso de ser muito quieto ou ao contrário, será retirado do espaço físico comum por provocar conflitos e tumultuar o grupo.

A escola e professores devem identificar o perfil cognitivo do aluno, potencializando suas habilidades, o que ocasiona elevação de auto-estima e experiências de sucesso escolar, fatos estes que podem ser preventivos no abandono da escola.

O fracasso acadêmico pode ser uma das várias causas da prática delinquente por adolescentes. Crianças e adolescentes apresentam comportamentos anti-sociais devido à baixa auto-estima resultante de experiências negativas, como o fracasso escolar. É possível pensar que não é somente a baixa auto-estima que causa baixo desempenho escolar ou comportamento anti-social, mas também o oposto, ou seja, o fracasso escolar e social pode acarretar em baixa auto-estima.

A criança aprende que comportamentos aversivos, em lares onde os pais não souberam disciplinar, como gritar, chorar, bater, ter acessos de raiva são eficazes.

Depois vem a escola, e implica tanto o relacionamento com os colegas, como o desenvolvimento de habilidades escolares, lembrando que esta criança em questão já teve experiências difíceis no relacionamento com a família. O estilo aversivo destas crianças em suas relações interpessoais em casa as coloca em risco de rejeição pelos pais e conseqüentemente pelos colegas.

Iniciam-se as reclamações sobre a criança por parte da escola, com afirmações de que ela não aprende e é inadequada para a classe. Estas crianças evitam tarefas e situações que exijam de si, aprendem a esquivar-se dos deveres e tarefas escolares e domésticas, além de evitarem a escola e suas ordens, se atrasando ou “matando” aula. Também são rotuladas como crianças-problema e a partir daí se afastam da escola, pois têm uma visão desta como um ambiente aversivo.

Após o fracasso escolar, e a rejeição dos pais, professores e colegas, a criança, agora já um pré-adolescente, procura amigos que sejam imagens refletidas delas mesmas, pois o fracasso e a rejeição ocasionam a baixa auto-estima. Estes indivíduos necessitam encontrar valorização em outros campos e o desligamento da escola “por vontade própria”, ou devido à expulsão, favorece o engajamento ao grupo da rua. Este grupo é formado por indivíduos com histórias semelhantes e que buscam uma maneira de melhorar sua auto-estima, desgastada e rebaixada pela família e pelo sistema escolar.

Diante do fato destes pré-adolescentes não freqüentarem a escola, é evidente que passam a maior parte do dia nas ruas, o que propicia a facilidade de encontrar pares em situação similar, formando assim seus grupos de iguais, muitas vezes denominados gangues que geralmente apresentam atitudes negativas sobre a escola e a autoridade dos adultos, além do risco aumentado para o uso de drogas ou para o cometimento de delitos, explicitando assim os comportamentos anti-sociais. Com estas atitudes o indivíduo sente-se valorizado e reconhecido, pois obtém reforços com seus atos.

A relação da escola com seus alunos taxados como “problemas”, indisciplinados e fracassados é importante de ser observada, pois são estes que tendem a abandoná-la e quando isto ocorre, a chance de se comportarem de maneira anti-social aumenta. A escola se faz importante, pois pode tornar-se tanto fonte de prevenção como de intervenção no âmbito do comportamento anti-social.

Frente a isso, é evidente que o ambiente escolar contribui para o risco de condutas anti-sociais e a escola precisa saber reconhecer e adequar sua estrutura e funcionamento para que a identificação das crianças de risco ocorra precocemente e algo possa ser feito.

As escolas precisam ter pessoal de qualidade, atmosfera de harmonia, bom relacionamentos entre professores e alunos, gentileza entre seus membros, consistência e firmeza em suas ações, expectativas realistas quanto ao desempenho das crianças, atividades de bom nível, bem como orientação e treinamento profissional.

Algumas atitudes devem ser tomadas na sala de aula para que ocorra uma mudança na forma de agir destes alunos. A escola e a sala de aula devem ter regras de comportamento claras e objetivas, devendo ser tão poucas quanto possível e de preferência devem ser feitas usando-se do que os alunos podem fazer, ao invés do que não devem e estas regras são melhores compreendidas e respeitadas quando há a participação dos alunos em sua construção. Sempre se deve elogiar atitudes respeitosas e que agreguem algum valor benéfico ao aluno, desencorajando as que se apresentam inaceitáveis ao grupo.

Como o professor é uma pessoa de referência, é importante que o mesmo demonstre um comportamento adequado ao que se espera que o aluno siga, pois ele (aluno) tende a imitar os modelos que considera significativos.

Contratos estabelecidos entre o professor e o aluno podem se tornar eficazes para se formalizar um acordo que vise a mudança de comportamento. Este deverá especificar o comportamento que se espera que o aluno tenha e as recompensas que receberá por ele, bem como as sanções que ocorrerão caso o contrato não seja cumprido. Deve-se negociar perante uma discussão os termos deste contrato antes de formalizá-lo juntamente com o aluno, e sempre que ocorrer mudanças, estas devem ser negociadas e combinadas pelo professor e pelo aluno.

Uma outra forma de modificação de comportamento pode ser alcançada mediante a trocas de fichas, em que o aluno troca por diferentes recompensas, em que deve ficar claro que só serão válidas se tiverem o reconhecimento do professor, as recompensas motivarão o aluno a seguir um determinado comportamento. Uma forma lúdica de trabalhar com as fichas faz-se através de jogos com linha de partida e chegada em um tempo determinado, onde o aluno ao realizar algum comportamento estabelecido avança algumas casas, e caso não corresponda ao combinado, regride a casas anteriores.

O professor deve estimular no aluno as habilidades relacionadas a escuta, ao contato visual, as maneiras apropriadas de expressar verbalmente suas emoções, criticar de uma forma que a pessoa criticada não se sinta humilhada, receber críticas e não se sentir ofendido sabendo responder apropriadamente, saber negociar.

A forma lúdica é muito importante para a criança que apresenta comportamento anti-social, o professor pode deixá-la brincar livremente com materiais que facilitam a expressão e a imaginação, podendo o professor observar neste ato alguns aspectos que poderão ser trabalhados posteriormente.

Outra forma de trabalhar com crianças com distúrbio de comportamento na escola é através da arte, onde o professor dá a possibilidade ao aluno de explorar vários materiais e formas de arte, descarregando seus impulsos nesta atividade. A dramatização, por exemplo, como um processo de encorajamento e desenvolvimento da criatividade serve para que o aluno experimente papéis que o coloque em situações por invertidas das quais ele geralmente participa na “vida real”, ajudando a lidar com suas emoções, expressando sentimentos intensos e aprendendo com a externalização da experiência. Outra forma de arte para descarregar os impulsos é a dança e a música.

O esporte é outra alternativa para que esses jovens e crianças possam mudar seu comportamento, tendo a oportunidade de estabelecer vínculos afetivos com o professor de educação física e também se “espelhar” em alguma personalidade esportiva, vendo-o como modelo.

A discussão em sala de aula de dilemas hipotéticos, com cunho moral é uma forma de fazer com que os alunos tomem certas atitudes em determinadas ocasiões. Oferecer diversas alternativas diante de uma questão é um ponto chave para que as atitudes sejam mudadas. Sempre que ocorrer uma crise, é importante que o professor converse imediatamente com o aluno e pergunte seus motivos, questionando-o se não haveria outra alternativa para tal comportamento, procurando-se desta forma, evitar a volta desta atitude permitindo a consciência de que existem maneiras diversas de lidar com esse problema.

A presença constante de um professor auxiliar é um meio para que essas crianças tenham uma aprendizagem eficaz.

Deverá haver uma ruptura no currículo tradicional escolar, pois, além de planejar estratégias pedagógicas com o objetivo de desenvolver habilidades cognitivas, esta tem o dever de planejar técnicas de manejo comportamental para poder fazer a inclusão desses alunos e para construir novos saberes, já que, essas dificuldades atrapalham o desenvolvimento cognitivo.

É importante deixar claro que o currículo a ser desenvolvido com os alunos que apresentam distúrbios de comportamento, deve ser o mesmo contido na proposta curricular da escola, para todos os alunos, em seus níveis e etapas correspondentes; trata-se de um princípio de educação inclusiva.

Fazer um currículo diferente segrega e discrimina, privando-os dos momentos onde a interação social é indispensável ao desenvolvimento e à aprendizagem.

Uma forma para que se reduza a exclusão desses alunos na escola, é fazer com que a insatisfação deles quanto a esta instituição diminua. Abordagens como intervenção precoce, planejamento cuidadoso e estratégias envolvendo toda a escola devem ser postas em prática. Serviços externos aliados à escola podem ajudar a evitar comportamentos criminosos destes alunos.

Existe uma série de profissionais que podem e devem trabalhar junto com a escola na relação com crianças com distúrbio de comportamento, como por exemplo: médico clínico, equipe consultiva de serviços pedagógicos especializado, serviço de saúde mental da criança e do adolescente, psicólogo educacional, assistente social, entre outros. Mas é de suma importância que não se tenha uma grande rotatividade na equipe para que com isso a criança adquira confiança na pessoa que está trabalhando com ela.

A utilização da suspensão enquanto punição, para os alunos que infringem as regras da escola, não parece ter qualquer efeito na modificação do comportamento dos alunos, devendo ser sempre evitada, sobretudo nas situações menos graves (que não atentem contra a integridade física da comunidade escolar)

A participação da família é outro aspecto que deve sempre ser levado em conta, pois ajudará no convívio social tanto escolar quanto familiar e em todas as esferas do relacionamento humano. Alguns pais precisam de ajuda para estabelecer limites e escolher métodos mais apropriados para educar os filhos. O contato com a escola também pode ser útil para resolver conflitos entre professores e alunos e ajudar os professores a encontrar maneiras mais adequadas de lidar com as dificuldades da criança.

O tratamento com remédios faz-se necessário em algumas situações, porém, temos que ter cautela no uso de medicamentos para o tratamento da agressividade, pois os riscos podem superar os benefícios.

A hospitalização está indicada em casos de risco iminente para o paciente (por exemplo, suicídio, auto-agressão) ou para os demais (por exemplo, homicídio).